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quinta-feira, 6 de maio de 2010

3 de Maio – dia da liberdade de imprensa

Jornalismo em Cabo Verde é uma vergonha.

     3 de Maio é o dia dedicado aos jornalistas , ou se quiserem, é dia da liberdade de imprensa. Dando uma pequena visão sobre o jornalismo em Cabo Verde posso afirmar – e isso está à vista de todos que querem ver – que não podemos falar em liberdade de expressão, mas sim liberdade de impressão. Liberdade de impressão, porquê? Todos nós temos a impressão de que algo vai mal, temos a impressão, mas expressar isso ao público ou no público custa. Custa porque de ter a impressão à dar-se à expressão vai uma longa distância.

     Cito, por exemplo, a questão do jornalismo investigativo. Você dificilmente encontra uma reportagem dando uma cobertura de algo que marca o dia-a-dia cabo-verdiano. Sai-se a rua, entrevista-se três ou quatro pessoas. Essa é a situação vivenciada neste local. Ponto final.

     O jornalismo que temos no país é um jornalismo de Conferências de imprensas. O partido X acusa o governo de corrupção, de falta de emprego na camada juvenil, de blá, blá, blá. E o governo ou câmara Y convocou a imprensa para reagir às afirmações feitas no dia anterior pata aqui, pata acolá. Fim de citação.

     Outro caso é a especialização dos jornalistas. Você vê um jornalista a reportar um jogo de futebol, o jornalista nem sabe o nome do jogador, para não falarmos das regras ou situações dum jogo. Faz-nos pena, mas fazer o quê?

     Lembro-me de um programa da TCV «Clube dos Jornalistas». Parecia finalmente um programa que falaria de como é ser jornalista, dificuldades, problemas em informar, liberdade de ex(im)pressão, mas que, de repente, desapareceu do ar, só porque uma editora estava a reclamar das condições que ela tinha em fazer o seu trabalho, do dinheiro que se gasta com (2) advogados, 50.000$00 cada um, etc. Fim da liberdade da impressão ou expressão.

     (H)ouve(-se) vozes de pessoas até no Parlamento que afirma que em Cabo Verde há jornalistas que são pagos para branquear a imagem dos diferentes governos. Ninguém reclamou? Não. Quem cala, consente.

     É assim, minha gente, a vida de ser jornalista em Cabo Verde. E eu sou? Parece, mas não.

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