Um dos pontos mais marcantes – pela negativa – em Cabo Verde
em 2012 é, sem dúvida, a queda da ponte da Ribeira d´água na Boavista. Marcante
não pela forma como ocorreu, mas pela maneira como ficou patente a todos pelo
tipo de construção que se faz em cabo Verde e pela fiscalização que temos no
mercado.
Ora, sem querer alongar muito é simples: viu-se e vê-se
claramente que as construções no nosso país são uma autêntica caça ao dinheiro
não só para os que constroem, mas também para os que fiscalizam. Não é
concebível que pessoas com escolaridade e diploma tenham chegado a conclusão que
Boa Vista – como tantas outras ilhas do país – não chove bastante para fazer
derrubar uma ponte. Isso faz-me lembrar o desaparecimento de uma ponte na ilha
do Maio, ponte essa que ficava por baixo e as águas passavam por cima! Mas isso
são outros quinhentos ou outros vinte e um.
A conclusão a que se pode chegar é fácil: as pessoas que
fizeram a ponte e fiscalizam ganharam muito mais do que deviam e vão ganhar
ainda mais quando voltarem a reconstruí-la.
E assim de pontes e barreiras se travam as cheias no nosso
país. Muitas outras pontes virão abaixo para nos ligar a outro lado do sistema pontiagudo
da ligação rodoviário.
Ricardino Rocha
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