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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

ENTREVISTAS


1ª Entrevista
Fortunato Sanches, 24 anos, originário de uma família de oito elementos e estudante na escola Claridade. Das lembranças que teve no Ensino (Primário) fundamental e do Ensino Secundário (Médio) não são as melhores. Queixa-se de ser descriminado pelos professores e da diretora. Revoltado, tornou-se um rebelde. Isso marcou-o de tal forma que o fez abandonar os estudos. Com o aparecimento de vários concursos para cursos profissionalizantes e não só, ele ficava pelo caminho por causa da escolaridade baixa. Decidiu retornar aos estudos, desta vez com mais responsabilidade porque “todo o aprendente paga pelos seus estudos”. Nesse meio tempo, ia a uma formação de canalizador e à noite as aulas. As suas expetativas são de terminar o ensino secundário (médio), ingressar numa universidade – seu grande sonho – porque “sem escola uma pessoa, na sociedade atual, está praticamente à margem”. Como tem apenas o 10º ano (2º ano de ensino médio) a usa formação não lhe permite ainda ingressar no mercado de trabalho.
O nosso entrevistado considera que uma pessoa, através da escola pode singrar-se numa sociedade que vê como seletiva na questão dos conhecimentos escolares e quem tem estudo é vista com outros olhos. É nesse pressuposto que ele quer continuar os estudos e formar-se a nível do ensino superior onde tem mais chances de sucesso profissional.

2ª Entrevista
Jailson Delgado, 33 anos, polícia Fiscal. Considera-se um aluno sempre bem comportado que estudou até o 9º ano de escolaridade, onde abandonou na experimentar um teste, ainda jovem, para a formação de polícia fiscal e conseguiu. Por isso deixou os estudos e foi trabalhar porque na altura pensou que o seu trabalho lhe daria mais rendimento. Trabalhando noutra ilha teve a necessidade de voltar a estudar a pedido dos companheiros muito mais velhos que na altura iniciavam a sua vida em EJA. Com o retorno à ilha de Santiago voltou a parar de estudar. Considera que as condições financeiras, no momento não lhe favorecem o 2º retorno definitivo. Porém pretende se esforçar para estudar mais e ter uma escolaridade a nível superior para poder subir na carreira com um certificado universitário. Tudo aponta para o regresso ainda este ano letivo, assim que houver condições favoráveis.
Tendo em conta os relatos dos nossos entrevistados podemos aferir que os mesmos se referem a escola cono algo muito importante e a nível social muitos vêem a educação primordial nos dias de hoje porque ele é vista como necessária para o sucesso, o reconhecimento e o mérito educativo.
São unânimes em afirmar que o regresso é importante para o sucesso que querem para o seu futuro profissional e pessoal.
E tudo isso leva-nos a repensar sobre as nossas práticas de sala de aula, porque eles não devem ser vistos como objetos do nosso estudo, mas sim sujeitos com o seu bacbground, com experiências válidas, uma base que nós podemos aproveitar para os nossos planejamentos e projetos educativos.

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